25 de dezembro de 2007

Novos goliardos

O texto a seguir resume bem a natureza e motivação do moderno intelectual, esse especialista em crítica do "sistema" e ideólogo de "um outro mundo possível", mas, é claro, financiado com dinheiro deste mundo real:
Apesar disso, nem a oportunidade do ataque nem a real ou imaginada queixa são em si mesmas suficientes para provocar, embora possam afetar fortemente, o surgimento de uma hostilidade ativa contra a ordem social. Para que surja tal atmosfera é necessário que haja grupos que tenham interesse em estimular e organizar o ressentimento, acalentá-lo, expressá-lo e liderálo. Como se mostrará na Parte IV, a massa jamais desenvolve opiniões definidas por iniciativa própria, É ainda menos capaz de divulgá-las e transformá-las em atitudes e ações coerentes. Pode apenas seguir ou recusar-se a seguir a liderança coletiva que lhes oferecem. Até que possamos descobrir os grupos sociais com capacidade para desempenhar esse papel, a nossa teoria de atmosfera de hostilidade ao capitalismo continuará incompleta. Falando de maneira geral, as condições favoráveis à hostilidade contra um sistema social ou a um ataque específico contra ele tenderão, em todos os casos, a provocar o aparecimento de grupos que as explorarão. No caso da sociedade capitalista, todavia, há um outro fato que deve ser notado: ao contrário de qualquer outro tipo de sociedade, o capitalismo, inevitavelmente e em virtude da sua própria civilização, cria, educa e subvenciona um interesse oculto de inquietação social*. A explicação desse fenômeno, que é tão (183) curioso como importante, pode ser deduzida de nossa argumentação no Capítulo XI, mas pode ser tornada mais eficiente com uma excursão pelo domínio da sociologia do intelectual.
Mas se o mosteiro deu à luz o intelectual dos tempos medievais, foi o capitalismo que lhe rompeu as cadeias e lhe pôs o prelo nas mãos. A lenta evolução do intelectual leigo constituiu simplesmente um aspecto deste processo. A coincidência do surgimento do humanismo com o aparecimento do capitalismo é surpreendente. Os humanistas eram sobretudo filólogos. Mas ilustrando muito bem um ponto mencionado acima, eles rapidamente se estenderam aos camposdas maneiras, políticas, religião e filosofia. Não se deveu isso apenas ao conteúdo dos trabalhosclássicos que eles interpretavam com suas gramáticas. Da crítica de um texto à crítica da sociedade, o caminho é mais curto do que parece
* Todos os sistemas sociais são sensíveis à revolta e a sua instigação é atividade que oferece vantagens era caso de sucesso e, daí, talvez atraia tanto cérebros como músculos. Isso aconteceu numerosas vezes nos tempos feudais. Mas os nobres feudais viravam-se contra pessoas ou posições isoladas. Não atacaram o sistema feudal propriamente dito. De maneira geral, a sociedade feudal não revelou tendências para encorajar— intencionalmente ou não — ataques contra o próprio sistema social.
Joseph A. Schumpeter ( Capitalismo, Socialismo e Democracia)

23 de dezembro de 2007

É Natal, cuidado! Pode haver terrorista disfarçado de Papai Noel ou de Michael Moore.

É Natal! Se vc., norte-americano, não tem tempo, coragem ou disposição ideológica para cumprir SEUS DEVERES patrióticos, ao menos não seja um vil traidor sob a barbicha de Tio Sam. Se não curte Papai Noel, esse "velho porco capitalista", também não louve Bin Laden nem fique embasbacado com o gorducho picareta Michael Moore. Aproveite o Natal para desejar boa sorte e proteção divina a Pat Dollard, torcendo, inclusive, para os States retornarem vitoriosos do Iraque. Esse é meu pedido a Papai Noel e minha mensagem natalina aos fãs do Lynyrd Skynyrd
'Michael Moore da direita' faz filme a favor da guerra do Iraque
Pat Dollard é um conhecido produtor de cinema dos EUA.Ele largou sua mansão em Beverly Hills para ir ao 'front' da guerra no Iraque.
Daniel Buarque Do G1, Em São Paulo
Ele acredita na missão dos Estados Unidos no Iraque, acha que é preciso atacar o Irã e diz que os jornalistas norte-americanos não são honestos e fazem apenas a propaganda do Partido Democrata -que ele considera culpado de traição contra o país. O produtor de cinema Pat Dollard acredita tanto nisso que largou o conforto da sua mansão em Beverly Hills e se juntou aos fuzileiros no Iraque. Suas ideias lhe valeram na mídia norte-americana o apelido de “Michael Moore da direita”. Armado com uma câmera, enfrentou batalhas duras por sete meses e ficou ferido duas vezes em bombardeios. Mas se sentiu realizado. “Me transformei num homem-câmera, um documento antropomorfo”, relata em seu site. O resultado é a soma de mais de 700 horas de filmagens, das mais impressionantes, a serem editadas num documentário pró-guerra, que vai se chamar “Young Americans”. Em entrevista exclusiva ao G1, por telefone, Dollard contou que vai voltar ao Iraque em maio, para ficar sete meses. Desta vez, além de continuar filmando o documentário, vai ser filmado e estudado para um filme sobre sua vida, dirigido por Tony Scott, o cineasta que fez o “clássico” oitentista “Top Gun” -um dos primeiros sucessos do ator Tom Cruise. Clique aqui para ver a página oficial de Dollard, com textos e vídeos em inglês, e aqui para ver a página dele no Myspace.
Em ataques ácidos aos pacifistas, ele assume sua posição conservadora, e acha que é honesto ao oferecer uma oportunidade para que as pessoas filtrem as suas opiniões.
G1 - Alguns setores da mídia norte-americana o consideram o Michael Moore da direita. O que o sr. acha disso?
Pat Dollard - É verdade que eu abordo os mesmos temas que ele aborda, usando uma perspectiva diferente, a da direita política, mas a comparação não é verdadeira, porque Michael Moore é um mentiroso e eu não sou. (Clique aqui para ler reportagem sobre um documentário que diz que Michael Moore manipula seus filmes).

Natal em família e com Cristo no coração

A todos um feliz Natal, animado pelo espírito de devoção e fraternidade e consagrado à prática do bem. Que o Natal signifique para a nossa vida um momento de renovação da fé e esperança na graça do amor de Deus assim como de verdadeira alegria com o nascimento de Cristo Jesus e Sua presença constante entre nós. São os votos meus e de minha família , Danni e Arthur

Sobre fé e razão

Na postagem "Os quatro cavaleiros que dizem Ni...", escrevi: "Fé só tem lugar quando está ausente a certeza, que é um assentimento teórico, o que não quer dizer que a própria fé não possa ser objeto de reflexão e análise, as quais ajudam a compreendê-la,é verdade, mas que por si sós são incapazes de produzi-la ou mesmo de fortificá-la.[...]Pois fé é confiança na palavra dada, assentimento prático que, ao contrário da mera opinião e da certeza, não se refere diretamente às coisas, tendo que ver somente com a relação, im pacto, da vontade de quem promete com a vontade daquele a que se dirige a promessa. Pacto do homem com Deus ou, melhor, renovação da aliança da criatura com o Criador.Traduzido em termos da filosofia kantiana da religião, a razão prática pura é o Deus promitente agindo em nós; o bem supremo (a felicidade eterna sob a condição do exercício da moralidade), o prometido, e o arbítrio humano, o promissário".
Gostaria de aqui desenvolver mais as explicações acima, em especial aquelas que concernem a teses kantianas.
Quando afirmo que fé implica ausência de certeza, acabo dando margem à idéia de que fé exclui toda e qualquer segurança racional quanto a seu objeto e, por conseguinte, se constitui num assentimento débil, ao qual só se apega por fanatismo religioso. Não é isso que quero dizer. Para evitar essa possível confusão, esclareço o seguinte.

Opinião, fé e saber são, segundo Kant, tipos de assentimento. Este é o juízo - cuja propriedade objetiva é a verdade - enquanto ato cognitivo realizado pelo entendimento de um sujeito particular, ato subjetivo "pelo qual algo é representado como verdadeiro". O assentimento pode ser certo ou incerto.

Na certeza, o juízo é apodítico, isto é, temos consciência tanto da necessidade da inferência pela qual a proposição (que resulta do ato judicativo) é derivada de fundamentos, quanto da necessidade imediata e suficiência ( objetiva e subjetiva) dos próprios fundamentos. Estes podem ser ou empíricos ou racionais, na medida em que eles, respectivamente, se constituem ou em dados imediatos da percepção (incluiria aqui os dados obtidos experimentalmente, pois, para Kant, a certeza em torno dos objetos da experiência "é, ao mesmo tempo, empírica e racional, na medida em que é a partir de princípios a priori que conhecemos uma proposição empiricamente certa", por exemplo, os axiomas newtonianos do movimento) ou em conhecimentos que não carecem de prova, sendo imediatamente certos. Conhecimentos desse tipo ou são apreendidos diretamente pelo intelecto, caso em que são sempre verdadeiros, ou são simplesmente ignorados.Em suma, saber é certeza, e esta nada mais é que a convicção provocada, no sujeito que julga, pela demonstração, isto é, pelo mostrar que o predicado pertence necessariamente ao sujeito proposicional por força de razões objetivas e subjetivas suficientes.
Dessa caracterização do assentimento certo, segue-se uma definição geral de ciência, que, segundo Kant, "deve ser entendida como conjunto de um conhecimento como sistema, em oposição ao mero conhecimento comum, conjunto de um conhecimento como mero agregado. O sistema que repousa sobre a Idéia de um todo que precede as partes é o oposto do conhecimento comum, mero agregado de conhecimentos cujas partes precedem o todo". Nesse sentido, prossegue Kant, "há ciências históricas e ciências racionais". Note-se que, entendida assim, ciência é qualquer conhecimento obtido e exposto sistematicamente a partir de princípios, cabendo à metafísica (a fortiori, à teologia), pois, o posto supremo no elenco das ciências.
Mas a certeza - por conseguinte, a convicção - não é só de ordem lógica. Pode-se falar também numa convicção ou certeza prática. Se na certeza lógica ou puramente teórica, a suficiência subjetiva dos fundamentos decorre de "fundamentos de verdade objetivos, independentes da natureza e do interesse do sujeito", a certeza prática envolve exatamente o inverso: por conta de fundamentos subjetivamente suficientes, os quais serão explicados mais adiante, sou movido a uma "crença racional moral", que "é freqüentemente mais firme do que todo saber. No saber são também ouvidas as contra-razões, na crença, não, pois, aqui, não se trata de fundamentos objetivos, mas do interesse moral do sujeito".

Quais são esses fundamentos subjetivos suficientes que determinam o interesse moral do sujeito? Em primeiro lugar, cumpre distinguir a certeza prática do "saber histórico ou empírico mediato" , que "repousa sobre a confiabilidade dos testemundos. Entre os requisitos de uma testemunha irrecusável, estão a autenticidade (valor) e a integridade". Em segundo, salientar que a certeza prática não exclui fundamentos objetivos; ocorre apenas que estes, sendo insuficientes (do contrário, se trataria aqui de certeza lógica), não podem estar à testa da crença, que é um assentimento incerto que, porém, repousa tão-somente em fundamentos subjetivos suficientes. Por último, crença se distingue de opinião, que, embora também seja um assentimento incerto, tem por base fundamentos insuficientes, tanto objetiva quanto subjetivmente. Ambos, crença e opinião, ao contrário do saber, encerram a consciência de que aquilo a que damos assentimento é contingente e, portanto, da possibilidade do seu oposto. Só que, enquanto a opinião é um juízo problemático, a crença é um juízo assertórico, concernindo, pois, à representação de algo como efetivo, existente.

Todavia, a existência daquilo que é objeto de crença não pode estar desvinculado da vontade humana. Não do homem natural, mas do homem noumenon. Pois aquele, como diz o apóstolo Paulo, "não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente [...]. Porque, quem conhece a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo". Esta operou, no mundo sensível, sobre a consciência do homem através da história da humanidade, imprimindo-se nos corações com a narrativa bíblica do nascimento, paixão, morte e ressurreição do Filho do Homem ("a palavra da cruz") e edificando-se sob a forma vísivel da Igreja. Ocorre que a Graça divina não nos advém exteriormente, manifestando-se, antes, no poder do Amor, "que tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta", na medida em que "Cristo, o poder de Deus, a sabedoria de Deus", habita em nós. Nada realmente possuímos que não tenhamos recebido, e a existência é a nossa maior dádiva, aquela de que niguém pode nos subtrair sem cometer um crime contra Deus, pois, se tudo nos pertence, é porque nós somos "de Cristo, e Cristo de Deus".
A razão prática pura e sua lei suprema, o imperativo catgegórico, constituem-se, segundo Kant, na Graça, na ação de Deus diretamente sobre a consciência do indivíduo, ação sobrenatural cujo efeito primeiro é a "propensão à personalidade", que é "aptdão de sentir respeito pela lei moral, enquanto motivo suficiente por si determinação do arbítrio",por conseguinte, de ser movido ao cumprimento do dever. Sendo assim, embora a moralidade em nós não prove a existência de Deus, ela é, para os que verdadeiramente crêem, a fonte insecável de amor e esperança, marcas indeléveis na criatura deixadas pelo Criador, capazes de nos arrebatar deste mundo, de nos trazer consolação e paz em meio as amarguras e a certeza inquebrantável da salvação.

22 de dezembro de 2007

How the Monks Saved Civilization - Chapter Three

How the Catholic Church Built Western Civilization. By Thomas E. Woods The monks played a critical role in the development ofWestern civilization. But judging from Catholic monasticism’searliest practice, one would hardly have guessedthe enormous impact on the outside world that it would come toexercise. This historical fact comes as less of a surprise when werecall Christ’s words: “Seek ye first the kingdom of heaven, andall these things shall be added unto you.” That, stated simply, isthe history of the monks. Texto completo: aristokraut ii: How the Monks Saved Civilization - Chapter Three

21 de dezembro de 2007

Os quatro cavaleiros que dizem Ni e sua infame pretensão de legislar sobre a consciência alheia

Faço questão de reproduzir aqui na íntegra um post do Reinaldo Azevedo analisando a entrevista de Sam Harris a Veja e o fato de que a maior parte dos brasileiros se recusa a votar num candidato ateu a presidente. Aproveito para, à guisa de preâmbulo, anteceder-lhe alguns longos comentários que fiz no blog do Orlando Tambosi a respeito da reunião entre os quatro cavaleiros que dizem Ni - Sam Harris, Richard Dawkins, Daniel Dennet e Christopher Hitchens - realizada em 30 de Setembro para discutirem um assunto que eles se julgam experts - religião.
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EU: Se um sujeito declara publicamente que é cristão e acredita piamente em Deus, isto pode, talvez, ser pura hipocrisia. Não há muito o que inferir. Mas se ele se empenha em espalhar aos quatro ventos as "virtudes morais e intelectuais do ateísmo", procurando arrebanhar atrás de si um séquito disposto a militar numa cruzada contra a fé, não tenha dúvidas: trata-se de um charlatão, mentiroso e falastrão cujo objetivo é semear a discórdia onde reina a paz.
Eles, como militantes do ateísmo e defensores da incompatibilidade entre fé e razão, só podem mesmo trocar figurinhas entre si, porque, se se expuserem ao intelecto agudo do baixinho Denish D´Souza( que, com base na filosofia crítica de Kant, demonstra que ciência não pode nem provar nem refutar a hipótese da existência de Deus, hipótese que, segundo Kant, é um postulado prático da razão pura: "Razão deve conhecer seus limites a fim de ser verdadeiramente racional", afirma Denish) caem no ridículo.Tambosi, traduza também o debate no King College em que D´Souza destroça Christopher Hitchens, que escreveu o panfleto "Deus não é grande", livro que deveria se intitular "Eu não sou grande".
UM TAL DE CATELLIUS: Ó! Preciso assisti-lo! Os lulistas também acham que o Lula ganhou todos os debates dos quais participou... Isto não me surpreende.Para começar, esse D’Souza é um pateta (basta vê-lo falar) que põe a culpa pelos atentados de 11 de setembro nos liberais americanos, ha ha ha, culpa Jimmy Carter pelos atentados por transparecr fraqueza para Bin Laden.
EU: Simples, D´Souza o destroçou no referido DEBATE. Aliás, isso não traz nenhum mérito a D´Souza, porque o Hitchens é burro de doer, refutá-lo é mais fácil que roubar brócolis de criancinha enfastiada. E a tese de D´Souza acerca de como o EUA estão sendo sabotados por essa canalha não é exatamente essa!
UM TAL DE CATELLIUS: Militantes do ateísmo só podem discutir entre si porque se forem discutir com D’Souza cairão no ridículo? Ho ho ho! Como alguém pode ser militante do ateísmo apenas trocando figurinhas com outros ateus? Aí não é militante, parvo!
EU: Quem lhe disse que eles ficam só trocando figurinhas entre si? É óbvio que, além disso, eles também fazem proselitismo, que é a essência da militância, falando a um público que só ouve e que "confia" na "autoridade científica" desses senhores, porque honestidade intelectual é uma virtude da qual eles estão irremediavelmente destituídos e que nem mesmo sabem o que é.
UM TAL DE CATELLIUS: O ônus da prova cabe ao crente que defende sua existência.
EU: Não. Em primeiro lugar, crente não "defende" Deus, mas apenas conta, na intimidade da consciência, com Sua proteção e graça.A existência ou não existência de Deus não é algo que dependa da fé humana. O que realmente não pode existir sem a crendice de gente ignorante que julga antes de compreender é a reputação de cientista ocioso e filosofeiro de mesa de botequim. Ademais, não há ônus de prova algum no campo estrito da fé, porque, se algo é "objeto" de crença, sua existência (ou não existência) não pode, por definição, ser demonstrada, mas apenas "desejada", com a única restrição lógica de que seu conceito não envolva uma contradição interna (por isso, vc. não vê ninguém por aí desejando, discutindo a possibilidade ou acreditando na existência de quadrados-redondos, exceto o Bertrand Russell durante uma determina época, hehehehe). Que os ângulos internos de um triângulo perfaçam 180 graus ou que, a partir de uma reta dada, é possível a construção de uma figura plana com três lados exatamente iguais, são proposições cuja verdade subsiste independentemente de nossa vontade, dispensando, pois, qualquer assentimento, e cuja demonstração pode ser descoberta ou reconstituída por qualquer um que ouse usar a própria razão.
UM TAL DE CATELLIUS: “Razão prática” é ardil de um teólogo – era como Nietzsche sabiamente chamava Kant – que deseja subverter a única razão que existe para, quando for conveniente, abrir mão dela. Ora, todo meu respeito a Kant e seu iluminista “ouse pensar”; já foi um grande avanço. Mas não era suficientemente racional para perceber que se não comprara as “provas” da existência de deus, análogas aos motivos pelos quais a idéia de deus existe, não era obrigado a considerar a possibilidade da existência de deus.
EU: Razão prática é a mesma faculdade que razão teórica, distinguindo-se apenas os usos que dela se podem fazer. Se se limita à descoberta e à contemplação da verdade, no caso de Kant, ao conhecimento objetivo das leis que regem os fenômenos, isto é, a natureza sensível, chama-se teórica. Mas se se volta para a práxis e a realização do bem, em termos kantianos, se seu emprego consiste em orientar e determinar a vontade a agir segundo leis da liberdade, chama-se prática. Para o uso teórico da razão, Deus é um objeto logicamente possível, só que incognóscível, o que significa dizer que não é humanamente possível "saber" se Ele existe ou não existe, já que, como "ens rationis" e, por conseguinte, incondicionado, não pode por definição se submeter às condições formais da intuição sensível, vale dizer, se apresentar no tempo e no espaço, domínio além do qual uma "pessoa suficientemente racional" talvez não ouse se aventurar, mas cuja "fronteira" inteligível já indica um "em si" para o qual a razão humana, segundo Kant, é irresistivelmente atraída, e isto é o que levou Kant a afirmar que a metafísica é não só possível mas mesmo efetiva como propensão natural da razão. Agora, se esta é capaz efetivamente de, segundo princípios constitutivos próprios, determinar a vontade ao cumprimento do dever, ou seja, se há um uso prático da razão pura, a admissão da existência de Deus não é simplesmente uma opinião que, se sustentada por um teólogo ou emitida por um pobre diabo qualquer, suscite um conflito incontornável entre razão e fé, ao ponto de um Nietzsche, que suspeitava de tudo e de todos (menos de que era um louco desvairado, e isto é fato e não juízo de valor),ter de ser levado a sério por acusar Kant de ser um sacerdote vestido no hábito de filósofo, o que, no fundo, só revela a má-fé de quem se vê no direito de propor um princípio metafísico (a vontade de potência) de subversão de todos os valores para preencher o rastro nihilista deixado pelo "Deus está morto" que, até hoje, vem causando danos irreversíveis à vida espiritual do Ocidente. Para o cristão que sabe quais são os deveres morais do homem, a fé em Deus é uma exigência mesma (um postulado prático, diz Kant) da razão: quem age moralmente bem é digno de felicidade e quer, ipso facto, que este mundo - que, se é uma porcaria, ficou ainda pior com a proliferação de filhos-da-puta - seja o resultado do fiat divino. Mais: o verdadeiro cristão faz jus á misericórdia de Deus e a estar junto Dele na Morada Eterna, tendo, inclusive, a capacidade moral, outorgada diretamente pelo Criador, de obrigar ateus impertinentes, como os 4 cavaleiros que dizem Ni, a ir legislar sobre a consciência da puta que os pariu.
UM TAL DE CATELLIUS:- Defensores da incompatibilidade entre fé e razão também só podem discutir entre si? Bom, o que se afirma é que há incompatibilidade entre razão e fé religiosa, VERDADE REVELADA, explicações metafísicas. Não qualquer fé. Um bom cientista pode ter fé em determinada teoria, mas se verá obrigado a abandoná-la quando cair por terra, quando não se sustentar mais. Mas há a fé burra – a que os ateus consideram incompatível com a razão – dos que de antemão sabem que não a abandonarão perante evidências contrárias. A fé baseada na autoridade, porque está escrito em um livro muuuuito antigo, porque muitos homens bons também acreditavam, etc.
EU: "Fé em teoria" é simplesmente uma contradictio in adjecto. Fé só tem lugar quando está ausente a certeza, que é um assentimento teórico, o que não quer dizer que a própria fé não possa ser objeto de reflexão e análise, as quais ajudam a compreendê-la,é verdade, mas que por si sós são incapazes de produzi-la ou mesmo de fortificá-la: uma proposição teórica "decidível" ou é demonstravelmente verdadeira ou é demonstravelmente falsa; do contrário, ou ela é imediatamente apreensível pelo intelecto, sendo, pois, um princípio, ou então exprime meras constatações de fatos empíricos. Em qualquer dos casos, não há sentido algum em dizer que um "bom cientista" sustenta uma teoria por fé na própria teoria (a não ser que se trate de um puta mentiroso que consegue até ludibriar a si mesmo!). Um "bom cientista" propõe teorias e as sutenta por ter certeza de que elas são verdadeiras (certeza que,se não se trata de premissas por si evidentes, só se atinge por meio de prova e que lá prá frente pode se revelar um erro apenas com a refutação da teoria), assim como uma pessoa normal, gozando plenamente de suas faculdades mentais, depois de presenciar, por exemplo, um acidente automobilístico, afirma categoricamente o que e como ocorreu, porque viu o que se passou, não por fé (Se não viu e sabe apenas por "ouvir dizer", aí sim se trata de crença, mas crença na fonte de onde obteve a informação. Para quem ignora, a expressão "não acredito no que vejo" é mera figura de linguagem!). Já as discussões teológicas estão na seara teórica (não da fé);por isso, Kant demonstra, na Dialética transcendental, que a teologia é impossível como ciência, SE, e somente se, por esta se entende um sistema doutrinal de proposições teóricas axiomaticamente articuladas que possam ser obtidas e demonstradas a partir de experimentos imaginados conforme sólidos princípios matemáticos do movimento. Que a teoria kantiana das condições de possibilidade do conhecimento científico seja verdadeira, e penso que sim,nem por isso os estudos teológicos foram extintos no mundo civilizado nem a fé cristã foi abalada no mais mínimo que seja! Aliás, é bom lembrar, a teologia é uma metaphisica specialis, e não poderia deixar de ser, sob pena de perder seu próprio objeto. Pois fé é confiança na palavra dada, assentimento prático que, ao contrário da mera opinião e da certeza, não se refere diretamente às coisas, tendo que ver somente com a relação, im pacto, da vontade de quem promete com a vontade daquele a que se dirige a promessa. Pacto do homem com Deus ou, melhor, renovação da aliança da criatura com o Criador.Traduzido em termos da filosofia kantiana da religião, a razão prática pura é o Deus promitente agindo em nós; o bem supremo (a felicidade eterna sob a condição do exercício da moralidade), o prometido, e o arbítrio humano, o promissário. Concebida assim, a fé em Deus é o juízo pelo qual o postulado da razão prática pura é representado, por um sujeito particular, como verdadeiro, isto é, o juízo prático em que este sujeito livremente atribui a vigência das leis morais inscritas em sua própria razão à vontade do Deus soberano, que, dessa forma, fala em seu coração.
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EU:Há uma diferença semântica básica - que já se faz notar na própria estrutura sintática - entre juízo teórico (que, como tal, encerra a presunção lógica de verdade, isto é, de valer como representação objetiva daquilo que é) e juízo prático ou moral ( que se caracteriza pela presunção, também lógica, de que a máxima de conduta proposta se constitui na determinação de um dever,isto é, na reprensentação de um modo de agir como objetivamente necessário).Juízos teóricos indecidíveis (como os da teologia, que não podem ser provados mas também não podem ser refutados, embora, nesse âmbito, denotem nobreza e elevação de espirito, porque quem sinceramente acredita em Deus não mede esforços para conhecê-LO )refletem a ingênua opinião, presunçosamente iluminista e laica, de que a razão humana não possui limites intransponíveis e que, por conseguinte, é possível um conhecimento objetivo acerca de tudo. Com um tal positivismo rastaquera e inconsequente, "cientistas" desocupados como Dawkins e companhia querem passar essa imagem de que são todo-poderosos, trazendo para o campo do debate científico assuntos que outrora só tinham pertinência no âmbito da teologia ou entre os adeptos da fé cristã. Com isso, eles reintroduzem desnecessariamente elementos metafísicos no discurso científico, fazendo os tolos acreditarem que se trata de investigação empírica rigorosa (coisa que, tudo indica, eles não têm capacidade para fazer e com a qual perdem logo a paciência) o que, no fundo, é pura especulação e devaneio de quem tá cegamente comprometido com embates ideológicos.Se é absurdo querer explicar cientificamente o mais ou menos conhecido (os fatos naturais)pelo absolutamente desconhecido (Deus), não é menos insensato - para não dizer falacioso - querer concluir coisas acerca do homem (de como ele deve agir ou pensar e do que esperar da vida) a partir da "refutação" da existência daquilo mesmo que os 4 quixotescos, de saída, já consideram um disparate que só perdura na cabeça de anões obscurantistas, porque estes, dizem, se penduram, como papagaios de pirata, nos ombros dos titânicos paladinos das Luzes, imbuídos, como estão, em destronar o Todo-poderoso na base da logomaquia. Não há lei física empirica e matematicamente mais bem assentada do que a lei de gravitação universal. E isso se deve, entre outros méritos, ao fato de Newton se recusar a levantar hipóteses acerca da existência e natureza de uma heuristicamente concebível "força de atração", idéia que só suscitava dificuldades nas cabecinhas metafísicas incapazes de compreender que os limites da observação empírica não são estabelecidos por seus umbigos nem são extendidos pelos empurrões da propaganda política.(Aliás, as ciências experimentais da natureza não têm por objeto nem Deus nem a consciência moral das pessoas). Agora, é uma questão filosófica espinhosa saber se, e sob que condições, é possível decidir sobre a validade objetiva de um juízo moral, mas, desde Hume, uma coisa é certa: um juízo moral (vulgo, juízo "de valor") não pode ser provado a partir de juízos teóricos, nem estes, vice-versa, podem ser logicamente deduzidos daquele.Ora, o juízo de fé ("eu acredito ou confio em"), que é uma espécie de juízo prático, se refere ao próprio conteúdo ou "objeto" de uma ação interna (intenção) que, se consumando no forum mais íntimo da consciência individual, só é possível sob a pressuposição da liberdade da vontade e, portanto, de que há máximas de conduta não apenas objetivamente válidas mas até exeqüíveis, mesmo para agentes submetidos a circunstâncias adversas, como nós, pobres mortais. Em poucas palavras, ato de fé pressupõe, no plano teórico, dúvida e, no plano prático, virtude.Esse "objeto" do juízo de fé, pois, é a intenção ou disposição moral de outrem, na qual temos razões subjetivas suficentes para acreditar na medida que é um postulado moral querer tudo aquilo de que depende a completa realização do que SABEMOS e SENTIMOS ser um dever.Assim, por exemplo, SE se reconhece como um dever a veracidade, ENTÃO se é moralmente obrigado a admitir, melhor, a querer que todos os demais sejam não só capazes de agir desse modo mas também dipostos a tal (crença que é tanto mais firme quanto mais o ser veraz deixou de ser um mero costume - ethos, com epsilon inicial- e se sedimentou como um traço de nosso caráter, do nosso ethos - com eta incial). Mais: temos também que querer que a proibição da mentira tenha sido posta por uma vontade legisladora, soberana e perfeita, o que não teria qualquer sentido se a crença na existência de Deus, na imortalidade da alma e na bem-aventurança eterna (nas "promessas" de Cristo)não fosse, originariamente, um postulado moral.Do contrário, incorre-se numa contradição PERFORMATIVA (pois quem efetivamente é honesto, magnificente, corajoso, recatado, calmo... não pode querer um mundo dominado por ladrões, avaros, covardes, despudorados e irascíveis nem, muito menos, cede à tentação de, se o destino o lançou numa pocilga, comer farelos com os porcos) ou, se se preferir, procede-se de má-fé: a velha cretinice de tomarmos a suspeição de que o outro não honrará sua palavra como pretexto para não cumprirmos a nossa, abrindo, assim, uma excessão à regra, que nosso juízo moral já propõe como universalmente válida,de que não se deve mentir.E há razões subjetivas mais do que suficientes para querermos que este mundo tenha sido ordenado por um Criador sumamente bom e justo. Não fosse assim, estaríamos todos satisfeitos com o comportamento alheio e, em hipótese alguma, atribuiríamos os predicados "bom" e "mau" aos atos, motivações e até ao caráter dos outros. Daí essa obsrvação perspicaz de David Hume, que mostra bem em qual categoria se encaixa a mentalidade dos relativistas morais e ateus, sim, militantes:"Aqueles que têm negado a realidade das distinções morais podem ser classificados entre os CONTENDORES INSINCEROS, pois não é concebível que alguma criatura humana possa seriamente acreditar que todos os caracteres e ações sejam igualmente dignos de estima e consideração de todas as pessoas".
UM TAL DE CATELLIUS:A diferença entre a fé religiosa e a fé em uma teoria é que a segunda está mais para “crédito”, “confiança”, e a primeira é apenas uma crença passada de pai para filho, do tipo “não misture leite com manga”.
EU: A distinção acima é arbitrária e equívoca, porque fé é sempre confiança que se deposita em alguém que empenha sua palavra, seja Cristo (cujo corpo foi pregado na cruz como prova inconteste - symbolos - da presença do Espírito Santo entre nós e da bondade infinita do Pai para conosco, pecadores que, por qualquer ninharia, se negam a sacrificar-se pela própria salvação), seja nosso progenitor, seja Dawkins. Por exemplo, se minha mãe chega e diz "filho, não coma manga misturada com leite, porque isso pode te matar", então das duas uma:Ou ela está convicta de que sua opinião é verdadeira e, portanto, é sincera, permanecendo, pois, digna de crédito.Ou então ela sabe perfeitamente que isso é uma balela e, portanto, mente. No primeiro caso, mesmo estando errada, minha mãe procede em vista do meu BEM. Para uma verdadeira mãe, a mera possibilidade, mesmo que remota, de algo causar malefício a seu filho sempre justifica cautela.Eis uma excelente razão para os filhos confiarem nos pais e não presumirem( presunção que não é lógica, pois não diz respeito ao juízo como tal, mas patológica ), só porque os consideram ignorantes e retrógrados, que eles, com suas recomendações e argumentos de autoridade, visam tão-somente exercer controle despótico sobre a prole.Essa é a típica desfaçatez de quem se ressente da ampla influência (moralmente positiva, diga-se de passagem) que a religião cristã exerceu, exerce e sempre exercerá sobre o povo, acusando-a de veicular uma "moral de fracos" e imputando aos seus sarcerdotes, indiscriminada e levianamente, o vil propósito de tirarem proveito da credulidade popular a fim de aumentar sua cota de poder temporal. Daí por que esses espíritos ressentidos se acham a fonte primeva de todos os valores e, portanto, no direito de invertê-los a seu bel prazer, soberbamente desrespeitando a tradição (a completa falta de piedade, no sentido grego de ´eusébeia´, que é uma grave falta, uma ´hybris´, perante tudo que há de mais divino e elevado em nós) e a liberdade de consciência ("o que é sagrado só para os crentes e não para sociedade", afirma uma dessas bestas quadradas, não merece qualquer estima nem impõe qualquer obrigação moral ou jurídica; logo, não há nada de mal em profaná-lo), ao mesmo tempo que se colocam no panteão dos heróis defensores da humanidade.Hehehehe: o velho estratagema "xingue-os daquilo que vc. é e acuse-os daquilo que vc. faz". Aber....Wille zur Macht ist nicht Vermögen zu denken oder Freiheit zu handeln.
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EU:O poder eclesiástico se deriva da força moral da Bíblia e lhe é diretamente proporcional, mas não, ao contrário, as palavras de Deus persuadem os corações, porque a mente dos fieis é coagida com a ameaça de sevícias divinas pela oratória do clero ou porque suas goelas são abertas com a espada da Igreja Católica. Esta não precisa, nem deve, se servir de ignóbeis expedientes e, quando de fato ultrapassou hipocritamente o métron, cometeu uma afronta ao Criador.Ademais, criacionismo não é teoria científica, que possa ser empiricamente comprovada ou confutada, mas narração da gênese supra-sensível do homem (um ´mythos´ que, diferentemente dos "Evangelhos", não possui nenhuma eficácia catártica sobre a alma). Portanto, "parvo" é quem não consegue ler "A origem das espécies" sem ter em vista a pueril contestação da Bíblia, prova de que não entendeu (se é que algum dia os leu) nem o livro de Darwin nem as Sagradas Escrituras, que, como aprendi hoje, "só são sagradas para os crentes" assim como o mel só é doce para o paladar.Então, corte a língua dos fideístas ou prive-os da palavra, que os termos "sacrilégio" e "ultraje a culto" desaparecerão definitivamente de nosso vocabulário!
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EU:Agora, sobre o morticínio e perseguição de cristãos pelo mundo afora motivados por um ódio furibundo a sua fé, há um silêncio sepulcral. Ninguém forceja em prol daqueles em quem não acredita, e, claro, cristão é bicho intransigente e bocó, seus lamentos só podem ser reflexo de alguma "teoria da conspiração" difundida pelo Olavo de Carvalho.
VEJA 5 – Só 13% dos brasileiros votariam num ateu para presidente
Por Reinaldo Azevedo
A VEJA desta semana traz reportagens sobre a resistência da fé e da religião. O dado mais interessante é revelado por uma pesquisa encomendada ao CNT/Sensus: apenas 13% dos brasileiros votariam num ateu para a Presidência da República, informa reportagem de André Petry. Outros números: 84% aceitariam votar num negro; 57%, numa mulher; 32%, num homossexual. Parece que os brasileiros levam a sério a sentença de que, se Deus não existe, então tudo é mesmo permitido.A revista traz também uma entrevista com Sam Harris, “um dos ateus mais barulhentos dos EUA”. Segundo ele, “a fé é, intrinsecamente, um elemento que, em vez de unir, divide. A única coisa que leva os seres humanos a cooperar uns com os outros de modo desprendido é nossa prontidão para termos nossas crenças e comportamentos modificados pela via do diálogo.” Trata-se de um juízo interessante o de Sam Harris: pelo visto, para ele, todo diálogo é possível, menos com aqueles que têm fé. Logo, deve se referir a um diálogo que exclui a maioria da humanidade. Vale a pena ler a sua entrevista, sobretudo porque revela a oceânica ignorância do ateísmo — misturada a uma estupenda prepotência. Afirma Harris: “No futuro, não haverá nada como espiritualidade muçulmana ou ética cristã. Se há verdades espirituais ou éticas a ser descobertas, e tenho certeza de que há, elas vão transcender os acidentes culturais e as localizações geográficas”.Não acreditem em Deus. Acreditem em Harris. Ele sabe o que virá. O filósofo acha Deus imperfeito demais para criar um mundo de justiça. Certamente essa é uma tarefa mais fácil de ser desempenhada pelos homens... Li a sua entrevista — e recomendo que vocês o façam — e me dei conta do truque fundamental de seu discurso: a fé não presta porque não pode ser comprovada pela ciência. Com a devida vênia, Santo Tomás de Aquino resolveu essa questão no século 13.E se poderia falar, finalmente, do rastro de sangue das religiões. Não dá para contar a história que não houve, claro. O que conhecemos do mundo sem Deus? Salvo engano — e me corrijam se eu estiver errado dando-me um outro exemplo —, tivemos a experiência comunista. Nunca antes uma religião matou mais de 100 milhões de pessoas em miseráveis seis décadas. A maquinaria mental e teórica que justifica o morticínio está no século 18: a Revolução Francesa e seu iluminismo. O Terror Revolucionário matou em dois anos mais do que a Inquisição em quatro séculos. A idéia da engenharia social a engendrar uma nova civilização que esmaga o passado em nome do futuro é filha dos "crimes da liberdade".Os “mortos” em nome de Deus realmente enchem o mundo de vergonha. Já os mortos em nome do “novo homem racional” são pura poesia humanista... A religião não existe para dar a versão cristã ou muçulmana da fissura do átomo. Ela é um dado da cultura que aponta um norte ético para esse e outros saberes. Negar a religião é negar uma parte da história da moral humana. Quando Harris resolver estudar um pouquinho, terá a chance de aprender que a idéia que o Ocidente tem de igualdade, esta mesma consubstanciada em leis civis e laicas (a melhor sociedade que o homem já fez), nasce com o cristianismo, que libertou o homem do jugo de sua família, de seu senhor, de sua tribo, de suas paixões, chamando-o à consciência individual.Um dia explico melhor por que convivo bem com os ateus e me incomodo um tanto com quem se coloca contra as religiões. Tendo a achar que, se dependesse da vontade, todo mundo acreditaria em Deus. Mas há quem não consiga, ainda que queira. Já a militância anti-religiosa é uma escolha intelectual. Procura negar a história — corrigi-la retroativamente, se possível — e faz tábula rasa de uma experiência social que está na base da formação de todos os povos. Há uma insanável puerilidade malcriada no discurso anti-religioso que é nada além de ignorância e obscurantismo.Assinantes lêem mais aqui, aqui e aqui
Vídeos completos do debate DineshxHitchens no YouTube

18 de dezembro de 2007

The little Dinesh D' Souza, o destruidor de anões do pensamento como Dawkins e Dennett

Dinesh D´Souza, of the Hoover Institution, Stanford University

Dinesh D’Souza & Christopher Hitchens Debate
“Is Christianity the Problem?”
Lecture Why They Hate Us: America and Its Enemies, proferida no Blinn College em 3 de Outubro de 2002 What atheists Kant refute Reason must know its limits in order to be truly reasonable.
By Dinesh D'Souza from the October 17, 2007 edition E-mail Print Letter to the Editor Republish del.icio.us digg Opinion editor Josh Burek talks with Dinesh D'Souza about atheism.Rancho Sante Fe, Calif. - Religion has faced formidable foes in its history. But atheism hasn't generally been one of them – until today. A recent string of bestselling books has put believers of all stripes on the defensive. Religion, say authors such as Richard Dawkins, Daniel Dennett, and Christopher Hitchens, is an unreasonable form of blind faith, often leading to fanaticism and violence. Reason and science, they contend, are the only proper foundations for forming opinions and understanding the universe. Those who believe in God, they insist, are falling for silly superstitions. This atheist attack is based on a fallacy – the Fallacy of the Enlightenment. It was pointed out by the great Enlightenment philosopher Immanuel Kant. Kant erected a sturdy intellectual bulwark against atheism that hasn't been breached since. His defense doesn't draw on sacred texts or any other sources of authority to which people of faith might naturally and rightfully turn when confronted with atheist arguments. Instead, it relies on the only framework that today's atheist proselytizers say is valid: reason. The Fallacy of the Enlightenment is the glib assumption that there is only one limit to what human beings can know – reality itself. This view says we can find out more and more until eventually there is nothing more to discover. It holds that human reason and science can, in principle, unmask the whole of reality. In his 1781 "Critique of Pure Reason," Kant showed that this premise is false. In fact, he argued, there is a much greater limit to what human beings can know. Kant showed that human knowledge is constrained not merely by the unlimited magnitude of reality but also by a limited sensory apparatus of perception. Consider a tape recorder. It captures only one mode of reality, namely sound. Thus all aspects of reality that cannot be captured in sound are beyond its reach. The same, Kant would argue, is true of human beings. The only way we apprehend empirical reality is through our five senses. But why should we believe, Kant asked, that this five-mode instrument is sufficient? What makes us think that there is no reality that lies beyond sensory perception? Moreover, the reality we apprehend is not reality in itself. It is merely our experience or "take" on it. Kant's startling claim is that we have no basis for assuming that a material perception of reality ever resembles reality itself. I can tell if my daughter's drawing of her teacher looks like the teacher by placing the portrait alongside the person. With my eyes, I compare the copy with the original. Kant points out, however, that comparing our experience of reality to reality itself is impossible. We have representations only, never the originals. So we have no basis for presuming that the two are even comparable. When we equate experience and reality, we are making an unjustified leap. It is essential to recognize that Kant isn't diminishing the importance of experience. It is entirely rational for us to use science and reason to discover the operating principles of the world of experience. This world, however, is not the only one there is. Kant contended that while science and reason apply to the world of sensory phenomena, of things as they are experienced by us, science and reason cannot penetrate what Kant termed the noumena – things as they are in themselves. Some critics have understood Kant to be denying the existence of external reality or of arguing that all of reality is "in the mind." Kant emphatically rejects this. He insists that the noumenon obviously exists because it is what gives rise to phenomena. In other words, our experience is an experience of something. Perhaps the best way to understand this is to see Kant as positing two kinds of reality: the material reality that we experience and reality itself. To many, the implication of Kant's argument is that reality as a whole is, in principle, inaccessible to human perception and human reason. So powerful is Kant's argument here that his critics have been able to answer him only with derision, as though his arguments are self-evidently fallacious. When I challenged Daniel Dennett to debunk Kant's argument, he responded on his website by saying several people had already refuted Kant. But he didn't provide any refutations and he didn't name any names. Basically, Mr. Dennett was relying on the ignorance of the audience. In fact, there are no such refutations. Although Kant's argument seems counterintuitive – in the way that some of the greatest ideas from Copernicus to Einstein are counterintuitive — no one who understands the central doctrines of the world's leading religions should have any difficulty grasping his main point. Kant's philosophical vision is largely congruent with the teachings of many faiths that the empirical world is not the only world. Ours is a world of appearances only, in which we see things in a limited and distorted way – "through a glass, darkly," as the apostle Paul writes in I Corinthians. The spiritual reality constitutes the only permanent reality there is. Christianity teaches that while reason can point to the existence of this higher domain, it cannot on its own fully comprehend that domain. Thus, when Christopher Hitchens and other atheists routinely dismiss religious claims on the grounds that "what can be asserted without evidence can also be dismissed without evidence," they are making what philosophers like to call a category mistake. We learn from Kant that within the domain of experience, human reason is sovereign, but it is in no way unreasonable to believe things on faith that simply cannot be adjudicated by reason. When atheists summarily dismiss such common ideas as the immortality of the soul or the afterlife on the grounds that they have never found any empirical proofs for either, they are asking for experiential evidence in a domain that is entirely beyond the reach of the senses. In this domain, Kant argues, the absence of such evidence cannot be used as the evidence for absence. Notice that Kant's argument is entirely secular: It does not employ any religious vocabulary, nor does it rely on any kind of faith. But in showing the limits of reason, Kant's philosophy "opens the door to faith," as the philosopher himself noted. Kant exposes the ignorant boast of atheists that atheism operates on a higher intellectual plane than theism. He shows that reason must know its limits in order to be truly reasonable. Atheism foolishly presumes that reason is in principle capable of figuring out all that there is, while theism at least knows that there is a reality greater than, and beyond, that which our senses and our minds can ever apprehend. • Dinesh D'Souza's new book "What's So Great About Christianity," is out this week.

8 de dezembro de 2007

Se projeto de lei proposto por Clodovil for aprovado, brasileiro a partir dos 40 anos será juridicamente obrigado a tomar no *

Até onde sei, a recomendação médica é que se faça o exame de próstata a partir dos 45 anos, sobretudo se há casos de câncer na família. De qualquer forma, é ridículo, diria Clô, o sujeito preferir morrer a perder a virgindade anal. Não tem jeito mesmo, o brasileiro é um ser fadado a sempre tomar no *; só que, se depender dessa pessoa iluminada, que é o Clô, de quem, diga-se de passagem, sou fã, tomaremos no * legalmente. Como sou um sujeito otimista, vejo o lado bom disso: se esse bem intencionado projeto de lei for aprovado, a expressão escatológica "vá tomar no *" não será mais ofensa. Ou melhor, teremos que manifestar nossa indignação com os filhos da p assim: "não vá tomar no *
O deputado federal Clodovil Hernandes (PR-SP) apresentou no mês passado um projeto de lei que torna obrigatório o exame de próstata para os trabalhadores com idade a partir de 40 anos. A proposta foi recebida no dia 29 de novembro pela Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara. Segundo a proposição, quando o diagnóstico for positivo, será disponibilizado ao trabalhador o tratamento psicológico necessário. “O câncer de próstata surge com o envelhecimento do homem e é o tipo de tumor mais comum entre os homens com mais de 40 anos de idade”, justifica. De acordo com Clodovil, é preciso “que os homens tenham acesso ao exame e sejam informados sobre a necessidade de sua realização”. “Nossa proposta, para tanto, é que, por ocasião dos exames previstos na legislação 3 trabalhista –admissional, demissional e periódicos–, seja também realizado o exame de próstata”, destaca

3 de dezembro de 2007

Mensagem ao mais-que-perfeito idiota latino americano

Trecho da introdução à edição argentina do livro Historia de la estupidez humana de Paul Tabori
Algunos nacen estúpidos, otros alcanzan el estado de estupidez, y hay individuos a quienes la estupidez se les adhiere. Pero la mayoría son estúpidos no por influencia de sus antepasados o de sus contemporáneos. Es el resultado de un duro esfuerzo personal. Hacen el papel del tonto. En realidad, algunos sobresalen y hacen el tonto cabal y perfecto. Naturalmente, son los últimos en saberlo, y uno se resiste a ponerlos sobre aviso, pues la ignorancia de la estupidez equivale a la bienaventuranza. La estupidez, que reviste formas tan variadas como el orgullo, la vanidad, la credulidad, el temor y el prejuicio, es blanco fundamental del escritor satírico, como Paul Tabori nos lo recuerda, agregando que “ha sobrevivido a millones de impactos directos, sin que éstos la hayan perjudicado en lo más mínimo”. Pero ha olvidado mencionar, quizás porque es demasiado evidente, que si la estupidez desapareciera, el escritor satírico carecería de tema. Pues, como en cierta ocasión lo señaló Christopher Morley, “en un mundo perfecto nadie reiría”. Es decir, no habría de que reírse, nada que fuera ridículo. Pero, ¿podría calificarse de perfecto a un mundo del que la risa estuviera ausente? Quizás la estupidez es necesaria para dar no sólo empleo al autor satírico sino también entretenimiento a dos núcleos minoritarios: 1) los que de veras son discretos, y 2) los que poseen inteligencia suficiente para comprender que son estúpidos.

2 de dezembro de 2007

Enfim, venezuelanos resistem ao chaveco indecende da reforma constitucional

lunes 3 de diciembre de 2007 El pueblo dijo NO a la reforma constitucional y "es irreversible" Pasada la una de la madrugada, el Consejo Nacional Electoral anunció que el No es la opción ganadora, con “una tendencia clara que no es reversible”. Después de tensas horas de espera, la presidenta del CNE, Tibisay Lucena, pidió a los bloques, a los medios de comunicación, al pueblo, que deben acatar y respetar los resultados electorales. “Los que tienen que celebrar que lo hagan con generosidad y los que tienen que lamentar, que se vayan a su casa con tranquilidad”, pidió Lucena. Bloque A No: 4.504.354 50.70% Sí: 4.379.392 49.29% Bloque B No: 4.522.332 51,05% Sí: 4.335.136 48, 44% Total de votos válidos 8 millones 883 mil 746. Total de votos nulos 118 mil 693. Total de votos escrutados 9 millones 2 mil 439. Abstención del 44.11%
Leiam mais:

O que Marx tem a dizer aos esquerdopatas que bradam por uma "educação pública, gratuita e de qualidade"

Os esquerdopatas empoleirados em escolas (nas universidades, encarregados de formar o quadro de ideólogos e agitadores; no ensino fundamental e médio, doutrinando os jovens de modo que estes, quando ingressarem no ensino superior, se rebelem contra os "valores burgueses", fiquem receptivos à pregação dos seine spiritualer Führer e venham engrossar as fileiras da militância) deveriam, ao menos, ser mais fieis aos textos de heiligen Marx.
Ou será que, por detrás do discurso marxista, esconde-se uma estratégia gramsciana para combater na Kulturkampf? Não sei, o fato é que os auto-nomeados representantes do povo resolveram ensinar qual é o papel do Estado na revolução: emburrecer os cidadãos e, assim, fazê-los acreditar que possuem mais direitos do que deveres, inclusive o direito de subverter a ordem jurídica vigente em nome da superação do capitalismo.
Comentários marginais ao programa do Partido Operário Alemão Karl Marx Abril 1875
B) «O Partido Operário Alemão reclama como base intelectual e moral do Estado: 1. Educação geral do povo, igual para todos. a cargo do Estado. Obrigação escolar para todos. Instrução gratuita.» Educação do povo, igual para todos? Que se quer dizer com estas palavras? Acreditar-se-á que, na sociedade actual (e é dela que se trata), a educação possa ser a mesma para todas as classes? Ou querer-se-á então obrigar pela força as classes superiores a receberem apenas o ensino restrito na escola primária, o único compatível com a situação económica não só dos operários assalariados mas também dos camponeses? «Obrigação escolar para todos. Instrução gratuita.» A primeira até já existe na Alemanha, a segunda na Suíça e nos Estados Unidos para as escolas primárias. Se, em certos Estados deste último país, há estabelecimentos de ensino superior igualmente «gratuitos» isso apenas significa que, de facto, nesses Estados as despesas escolares das classes superiores são pagas com as receitas gerais dos impostos. Diga-se de passagem que o mesmo acontece com a «administração gratuita de justiça» reclamada no artigo A, 5. A justiça penal é gratuita em toda a parte; a justiça civil gira quase unicamente em torno dos litígios de propriedade e afecta portanto, quase unicamente, as classes possuidoras. Irão elas sustentar os seus processes à custa do tesouro público ? O parágrafo relativo às escolas deveria, pelo menos exigir escolas técnicas (teóricas e práticas) adjuntas à escola primária. Uma «educação do povo a cargo do Estado» é absolutamente inadmissível. Determinar por uma lei geral os recursos das escolas primárias, as aptidões exigidas ao pessoal docente, as disciplinas ensinadas, etc., e, como acontece nos Estados Unidos, fiscalizar por meio de inspectores do Estado a execução destas prescrições legais é completamente diferente de fazer do Estado o educador do povo! Pelo contrário, é preciso, pelas mesmas razoes, banir da escola qualquer influência do governo e da Igreja. Sobretudo no Império prussiano-alemão (e não se recorra à evasiva falaciosa de falar num certo «Estado do futuro»; nós já vimos o que ele é) é, pelo contrário, o Estado que precisa de ser rudemente educado pelo povo. Aliás, todo o programa, apesar do seu badalar democrático, está infectado duma ponta à outra pela servil crença da seita lassalliana no Estado, ou, o que não é melhor, pela crença no milagre democrático; ou antes, é um compromisso entre estas duas espécies de fé no milagre, igualmente afastadas do socialismo. «Liberalidade da ciência», diz um parágrafo da Constituição prussiana. Porquê então pô-la aqui? «Liberdade de consciência!» Se, nestes tempos de Kulturkampf,() se queria recordar ao liberalismo as suas velhas palavras de ordem, só se podia fazê-la desta forma: «Toda a gente deve poder satisfazer as suas necessidades religiosas e corporais, sem que a polícia meta o nariz.» Mas o Partido Operário devia aproveitar a ocasião para exprimir a sua convicção de que a «liberdade de consciência burguesa não é mais que a tolerância de todas as espécies possíveis de liberdade de consciência religiosa, ao passo que ele se esforça por libertar as consciências da fantasmagoria religiosa, mas prefere-se não ultrapassar o nível «burguês».

6 horas depois de fechadas as urnas na Venezuela, CNE não divulga resultado oficial do referendum

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unes 3 de diciembre de 2007 Hugo Chávez, al borde de la derrota (Confidencias de la jornada) En Venezuela se viven momentos de tensión e incertidumbre. Seis horas después de cerrarse las urnas no se sabía si Hugo Chávez había ganado el referéndum o había sido derrotado. Esta es la crónica de Joaquim Ibarz en el diario catalán “La Vanguardia” de este lunes. El Consejo Nacional Electoral (CNE) no pudo cumplir su promesa de dar resultados con prontitud. Sin conocerse resultados oficiales, el Gobierno y la oposición trataron de inducir que eran los vencedores de la consulta para aprobar o rechazar la reforma constitucional. El Gobierno intentó generar un clima de triunfalismo a través de filtraciones a las agencias internacionales de prensa sobre supuestas encuestas de firmas sin demasiada credibilidad. Datanálisis, una de las tres empresas citadas en los cables, desmintió que hubiera realizado sondeo alguno. Antonio Ledezma, portavoz oficial del Comité Nacional por el No a la Reforma, desmintió a “La Vanguardia” la información transmitida por las agencias. Afirmó que según un escrutinio de colegios electorales seleccionados en todo el país y los datos facilitados por los fiscales de mesa, cuando se habían escrutado el 85 % de las actas, ……(editado por Noticias24 por normas electorales) La presidencia de la República convocó para las siete de la tarde una rueda de prensa de Hugo Chávez que a la hora de cerrar esta edición no se había celebrado. A última hora de la noche, el ministro de Comunicaciones, William Lara, retiró un anuncio de página completa que había pautado en la prensa nacional celebrando el triunfo del sí, lo que inducía a creer que, al menos, la victoria no era segura. Según fuentes oficiosas, el general retirado Raúl Baduel y Ezequiel Zamora (ex miembro del directorio del CNE) se trasladaron a la sede del CNE para exigir, más que pedir, que no se facilitaran datos que no estuvieran avalados por las actas. Los líderes del movimiento estudiantil demandaron no salir a la calle hasta conocer los resultados. Vulnerando las normas del CNE, cuando todavía se estaba votando, fuentes del gobierno de Chávez filtraron a las agencias internacionales las encuestas de PLM Consultores, Datanálisis y el Instituto Venezolano de Análisis de Datos (IVAD) que reflejan la victoria del “sí”. …(editado por Noticias24 por normas electorales) Las principales empresas encuestadoras coincidieron en que ayer se celebró la contienda electoral más reñida desde 1998, cuando Chávez ganó por primera vez la presidencia. También se señaló que los resultados finales dependerían de la abstención. Los primeros indicadores mostraban que la abstención rondaría el 50 %, afectando tanto a los barrios de clase media como a las zonas con población de menos recursos. Las divisiones y dudas mostradas hasta última hora por las fuerzas opositoras sobre participar en el referéndum o boicotearlo podrían haber influido en la menor participación. Con los nervios alterados tras una dura y polarizada campaña electoral, los venezolanos acudieron a las urnas para pronunciarse sobre el socialismo totalitario que propugna Hugo Chávez. Aunque se trataba de votar por una reforma constitucional, lo que fue sometido a referéndum fue una nueva carta de navegación que permitiría al mandatario perpetuarse en el poder y acelerar la construcción de un Estado a imagen y semejanza de Cuba. De ser rechazada la reforma, Chávez tendría que dejar el poder en enero de 2013. El presidente ha dicho que aspira a gobernar hasta el 2050. Chávez convirtió el referéndum en un plebiscito al afirma que el “no” es sinónimo de votar en su contra y a favor de George W. Bush, y el “sí” es apoyarle a él. El eurodiputado Carlos Iturgáiz, observadores del PP español, denunció la “escandalosa falta de neutralidad del CNE por limitar el movimiento” de los observadores invitados por partidos opositores, mientras se dio todo tipo de facilidades a los invitados por el Gobierno. La delegación del grupo del PP en el Parlamento Europeo presente en Caracas denunció la “falta de neutralidad” del Gobierno venezolano a la hora de atender a las diferentes representaciones extranjeras que han supervisado el desarrollo del referéndum. http://www.noticias24.com/actualidad/?p=10171 Nota: El condenado loco no quiere reconocer que perdió, está presionando al CNE para que cambie los resultados. Pandora ----------------------------------- No a la Reforma: Miraflores y el CNE, crisis al rojo vivo Chávez grita en Miraflores y al gente no quiere ni acercárcele..."¡Era una orden! ¡Era una maldita orden!" En Miraflores hay poca gente, algunos ministros y el vice presidente están reunidos en un apartamento de un boliburgués ligado al sector petrolero en Caracas. Entre los gritos que se oyen en Miraflores, están los despidos en voz alta: "¡A todos esos ineptos los saco mañana! ¡Ninguno me sirve!" Tibisay se da por botada, Jorge se lo había anunciado, que no se le ocurriera resbalarse. hay gente saliendo del país apresuradamente. Nadie sabe donde está e ministro de la defensa. En estos momentos, el ambiente en los círculos políticos es similar al del Chile de 1989, cuando el comandante del ejército chileno, al ser interrogado cuando entraba al palacio de La Moneda, dijo timidamente: "Parece que ganó el No". Ahora no hay quien cumpla ese papel en Venezuela. Se siente que hay una victoria del No. Se siente en la cara de Capriles Radonski en este momento cuando habla. Se siente en la dificultad de Mario Silva para sonreir. ¿Qué hacen tantos guardias alrededor del CNE? ¿Se prepara un zarpazo? Cuidado, mucho cuidado. Estamos despiertos, Hugo. No te equivoques. http://lavidadesdeaqui.blogspot.com/2007/12/no-la-reforma-miraflores-y-el-cne.html Nota: Sí, imagino que debe ser algo así: al paciente que tenemos encerrado en Miraflores le dió una crisis al saberse derrotado y en este momento está destruyendo a patads y manotazos buena parte del mobiliario de Miraflores, grita e insulta a sus guardaespaldas y demás jalamecates que lo rodean, amenaza a Tibisay Lucena, le saca la madre a Jorge Rodriguez, le recuerda la abuela a todos los estudiantes, se arranca la verruga en un arrebato, etc., etc., etc. Pandora -------------------------------- Publicado por Pandora en 12:32:00 AM 0 comentarios