Eis o garotão responsável por trazer à luz "Funeral Memories", que se pode ouvir no final desta página. Herdou o refinado gosto musical do pai, mas lhe acrescentou algo que este está longe de possuir: gênio criativo (ao menos, no que diz respeito ao mundo supra-sensvel das harmonias, porque o mundo, também supra-sensível, das proporções matemáticas é com ele mesmo, Adolfo Maia. Se bem que a descoberta destas últimas, caso se adote uma perspectiva platônica, é pura reminiscência daquilo que orginariamente já sabíamos, não sendo, pois, produção livre, embora regrada, de uma nova realidade). Enfim, pai com números, filho com notas musicais, quem sai ganhando é quem ama o que em si é belo e verdadeiro. Espero que este seja o meu caso e dos demais membros da família!
IGOR LEÃO MAIA (Campinas, 1988) Dispersões para violino, cordas e percussão
Maia começou sua carreira como violinista em 1997 na Martin Luther King School em Providence nos Estados Unidos. Em 1998 retornou ao Brasil, onde continuou seus estudos de violino na UNICAMP e iniciou sua carreira de compositor. Em 2004 transferiu-se para Plymouth na Inglaterra onde estudou violino com Fiona Mc Lean e composição com Patrício da Silva. Duas de suas obras estrearam na Universidade de Plymouth e parte de sua Sonata para Cordas foi executada pela Orquestra Sinfônica Jovem da UNICAMP em 2006. Neste mesmo ano foi admitido no curso de bacharelado em composição no Conservatório Real de Haia, Holanda, onde estuda atualmente sob orientação de Diderik Wagenaar, Cornelis de Bondt e Gilius van Bergeijk. Sua obra Funeral Memories foi finalista do concurso Jovens Compositores da Holland Symfonia (Holanda) e foi executada pela orquestra Holland Symfonia no Festival Gaudeamus (Amsterdam) em 2007. Participou do “Spring Festival” de Haia nos anos de 2007 e 2008.
Desde 2007 cursa regência com o maestro Jos Vermunt e dirigiu concertos de música latina com alunos do conservatório de Haia em 2007 e 2008. Também regeu a Orquestra Filarmônica Nazarena de Campinas. Sua peça Horizontes foi executada em Maio de 2008 na Muziekgebouw em Amsterdam.
Segundo o compositor,Dispersões “é uma obra que incorpora relações de espaço e de tempo. Ela foi escrita para violino solo, conjunto de cordas e percussão e é dedicada a Samuel Lima, violinista que incentivou a criação da obra. A obra foi escrita no começo dos meus estudos na Holanda em um momento de transição da minha escrita musical, possuindo assim as mais diversas influências. De uma forma geral, nessa obra, as idéias musicais são dispersas pelo conjunto instrumental (vertente espaço) e no decorrer da peça (vertente tempo).
O tema, tratado no começo quase como uma série, começa a adquirir novas formas e é interrompido por comentários da orquestra, esses mesmos comentários por sua vez são dispersos da mesma forma que o tema, isto é, sua estrutura é espalhada temporalmente pela orquestra. A obra tem um total de quatro seções, com uma transição e uma cadência. Todas as seções possuem elementos de dispersão, o que é um elemento unificador da obra.”