2 de novembro de 2007

ANÁLISE CRÍTICA DE "O MERCHANDISING CAPITALISTA NO DESENHO BOB ESPONJA": As bases teológicas da esquerdopatologia

"Escrever sobre cultura pop não é tarefa das mais fáceis. Como encontrar algum caráter científico em algo assim tão popular? Mas é exatamente nessa tarefa que se pode encontrar um prazer sem igual. Este prazer consiste em enxergar algo mais onde as pessoas só conseguem ver elemento de diversão. E esse “enxergar algo mais” está intimamente ligado em observar algo mais".
"Todos os personagens da literatura infantil podem ser objetos de profunda análise científica no campo da comunicação. Todos eles estão repletos de ideologia e cada um tem seu conteúdo voltado a doutrinar seu público em um determinado aspecto da realidade"
Este é o pressuposto teológico de todo esquerdopata que se preze. Por trás de qualquer empreendimento humano, até a mais inócua estória infantil, esconde-se a sórdida e mefistofélica intenção de roubar a alma dos indefesos trabalhadores e levá-la a se refestelar, inerme, com o pecado "capital" do consumo. Para essa estranha religião, em que se apóia o fundamentalismo esquerdopata, o demônio se chama capitalismo; os anjos das trevas, burgueses; o hades, mercado, e a tentação, lucro. Como em toda religião monoteísta que se pretende universal, o fim último é a redenção, neste caso, salvar aqueles pobres deserdados da exploração de que são vítimas por conta da ganância sem limites dos cruéis burgueses, aos quais vendem, como se mercadoria fosse, sua força de trabalho. Para tanto, os trabalhadores (em linguagem eclesiástica, proletários ou classe expropriada)têm que se unir e fazer uma cruzada contra os vis burgueses, arrebatando-lhes a Jerusalém perdida e retomando a posse originária dos meios de produção. É claro que isso vai provocar o maior arranca-rabo, além de que a fé dos trabalhadores pode ser abalada profundamente no purgatório dos shopping centers. Daí por que essa fé só se mantém se os trabalhores (o povo escolhido, como a eles se referem o baixo clero, isto é, a casta sacerdotal dos sindicalistas e líderes estudantis, e alguns membros da elite eclesiástica, tais como sociólogos, cineastas, historiadores, críticos literários, jornalistas, artistas populares etc. ) ouvirem, com o coração aquebrantado, o divino chamado do Deus Marx e se converterem ao supremo dogma do materialismo histórico, convencendo-se,por conseguinte, de que são predestinados a gozar a bem-aventurança no paraíso da sociedade sem classes. Normalmente, o esquerdopata enfrenta os infiéis que se deixam seduzir pelos efêmeros prazeres proporcionados pelo mundo do trabalho e dos negócios, em detrimento da boa nova do ócio coletivo, evocando algumas frases de alto impacto psicológico contidas no livro - denominado O capital - em que a vontade do Deus Marx se revelou assim como empunhando a sua vulgata, um tal de Manifesto do partido comunista, e alguns panfletos publicados periodicamente por ideólogos que, mesmo não participando ativamente dos rituais da religião (muitos sequer são batizados), se auto-proclamam porta-vozes do povo e aderem à causa do socialismo.
Outro traço marcante do esquerdopata, sobretudo quando nutre alguma ambição intelectual, é a volúpia iconoclasta com que devasta impiedosamente a alta cultura erudita, que ele de todo ignora. Até mesmo faz pouco caso das escrituras sagradas da religião que professa. Por isso, o esquerdopata é absolutamente refratário à vida contemplativa, preferindo, como uma criança hiperativa, a infessa labuta na práxis revolucionária. Tal fica patente no fato de que ele nada lê, não consegue sustentar suas opiniões em bases racionais e quando é refutado (coisa que frequentemente acontece, se o adversário o deixar falar) pensa que a contradição em que incorre resulta da intolerância do interlocutor, que ele procura desqualificar "xingando-o daquilo que é e acusando-o daquilo que faz"É curioso também notar como ele ostenta a burrice e nunca se envergonha de falar besteira. Até onde consigo ver, a única explicação para tamanha e vaidosa estupidez é a crença, arraigada até as entranhas, de que está investido da nobre tarefa de moralizar o mundo e expiar seus pecados. É o que se pode depreender das passagens citadas acima, com as quais Wilker de Jesus Lira abre a introdução de "O merchadising capitalista no desenho Bob Esponja".
CONTINUA

1 comentários:

Danielle disse...

É aristokráutico vc me mostra que:
Uma única conversa à mesa com um homem inteligente é melhor do que dez anos estudando simplesmente os livros. (Henry Wadsworth Longellow)