Em artigo publicado recentemente na Folha de São Paulo, o jovem diplomata Marcelo Otávio Dantas toca no centro nevrálgico da empulhação linguística do pt: a manipulação criminosa do sentido das palavras, cujo exemplo mais patente é "o uso que se vem fazendo do termo ´elite´", conceito que, segundo Dantas, "nossa intelectualidade transformou[...] em um mero clichê ao dispor das lideranças populistas de viés autoritário". Podemos acrescentar que tal expediente, na verdade, revela a face anti-democrática da impostura intelectual dos petistas e ideólogos da esquerda.Estes, empoleirados em universidades e jornais, se arrogam legisladores da língua, que, junto com a lógica, a retórica, o direito e tudo o mais que concerne ao emprego da palavra, é instrumentalizada para servir aos seus vis propósitos. E o que eles fazem? Impregnam as palavras com todo tipo de conotação, de modo que fique difícil, ou até impossível, defini-las. Assim, em qualquer debate, se não apelam feio para argumentos ad personam, como é de praxe, podem se servir impunemente dos mais variados sofismas: silogismos com mais de três termos, induções apressadas, inversão do modus tollens, conclusões tiradas de premissas ocultas, argumentação indireta baseada na refutação de proposições contrárias ou até sub-contrárias........ Mas a situação ainda é muito pior,pois, nessa novilíngua, a contradição não é mais condição suficiente da falsidade do discurso. E, dado que o desrespeito pelo princípio de não contradição corre pari passu com o deliberado desprezo pelos fatos "num ambiente semelhante, o debate público, sério e fundamentado, se torna inviável". Mas não pensem que o estratagema esquerdista de fazer as palavras perderem sua significação objetiva (denotação) e, com isso, causar danos irreparáveis no intelecto humano,que, desse modo, fica a priori incapacitado de se representar e buscar a verdade, limita-se a conceitos cuja manipulação é politicamente conveniente em dada conjuntura. Como principal arma da revolução à la Gramsci, esse terrorismo cultural intenta, sistematicamente, destruir toda possibilidade de referência discursiva à realidade, referência sem a qual os conceitos são vazios e os juízos, destituídos de validade objetiva, transformam-se em meras opiniões que, se propagadas por quem exerce totalitariamente o poder político , como o pt, nenhum argumento consegue refutar.
Portanto, o único meio de se ter sucesso na luta honesta contra esse estado de coisas é desmascarar a novilíngua esquerdista, da qual o discurso do pt é o dialeto oficial em que o brasileiro médio, em especial o jovem, está forjando um repertório confuso de idéias, cuja expressão peca, não apenas pela ´falta de precisão vocabular´, mas,sobretudo, pelo atentado insano à lógica.
8 de setembro de 2007
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