Ninguém vai protestar contra o “preconceito” de Lula? O aspecto mais nefasto do pensamento politicamente correto não é a sua ingênua sinceridade, mas o seu cinismo ideológico, a falsidade de seus propósitos, a vigarice de sua militância. Esperei um pouco antes de escrever este post, fazendo cá uma aposta silenciosa. Imaginem se fosse Paulo Zottolo ou qualquer outro “burguês” a dizer, a exemplo do que fez Lula, que um juiz de Caetés não pode mandar prender o presidente do Banco Central... Os tupinambás logo ficariam excitadíssimos. Aliás, não precisava ser alguém “de direita”, não. Se um tucano o dissesse, já seria um deus-nos-acuda. Vimos, há pouco, a gritaria por causa do Piauí. Qual é a diferença essencial entre o que falou Lula sobre o município de Pernambuco e o que disse o presidente da Philips? Nenhuma! Eu estou patrulhando Lula? Não. Estou “despatrulhando” Zottolo, a língua portuguesa, a ironia, a piada, a provocação — tudo aquilo a que tem direito o debate civilizado. O diabo é quem tenta criar óbices na linguagem são estes vigaristas de esquerda, que, não obstante, se calam quando a suposta “agressão” é vocalizada por um dos seus. Não li até agora um só colunista a comentar o caso. Sabem por quê? Ah, porque é claro que Lula não falou com preconceito, né? Tanto quanto é claro que Zottolo é um preconceituoso. Porque, afinal, um vem ungido pelo “povo”, e o outro traz na testa a marca da discriminação. A canalha politicamente correta quer é uma “ditadura virtuosa”.
8 de setembro de 2007
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