31 de outubro de 2007

BOB ESPONJA EDUCADOR

Realmente, a burrice esquerdopata não tem limites mesmo. Não me contive. Fui obrigado a surrupiar do blog cientistasocialnerd.blogspot.com (altamente recomendado) o objeto desta postagem. Vejam a que ponto chegou a "educação" brasileira. Nem o Bob Esponja escapa da ira e insanidade dos nossos espíritos revolucionários, pretensos salvadores da humanidade. Seria trágico, se não fosse excessivamente cômico. Eu tô rachando o bico até agora. A obra abaixo é minha leitura de cabeceira. Vocês acham engraçados Mister Bean, Woody Allen, Caceta e Planeta, Simpsons, Beavis & Butthead, Monty Pyton, Seinfeld.....? Perto de Wilker de Jesus Lira, todos eles me entendiam ou até me fazem chorar. Aliás, a leitura regular e disciplinada desse clássico da sociologia da cultura está sendo um eficaz coadjuvante no tratamento de minha síndrome do pânico. Quando começo a ter um piripaque, tomo logo em mãos meu "O merchandising...". Minha esposa já está percebendo as mudanças. Minha carranquice, meu já célebre mau humor, minha incorrigível incapacidade de ver o lado bom das coisas(embora não seja bem um pessimista resmungão) estão desaparecendo. E a cada leitura descubro mais e mais as potencialidades terapêuticas e pedagógicas dessa impagável monografia de fim de curso apresentada numa faculdade de comunicação lá da terra da peituda Fafá de Belém. Então corri logo que pude às Lojas Americanas e comprei tudo que havia em dvd do Bob Esponja. Assim, iniciei a educação liberal do meu filho, Arthur. Todo santo dia assistimos juntos ao Bob Esponja. O espírito capitalista já está tomando conta do meu amado rebento. Ele todo dia quer ir ao Shopping, não volta de lá senão de táxi, já sabe em quais alas do supermercado encontrar seus objetos de consumo, adora ver prédios sendo construídos (acho que no futuro ele vai enveredar pelo negócio da construção civil). Alimentação? Ah, meu Arthur só come danoninho e alimentos os mais sofisticados, quer dizer, caros. Fralda? Só da Johnson, com as demais ele fica com empolação na virilha. Já comprei até um livro sobre educação para o planejamento econômico ("Filhos inteligentes ficam ricos sozinhos"; aliás se depender do pai Arthur vai viver na penúria e, porra, alguém na minha família tem que ficar rico). Adora brincar com minha carteira, retirando e colocando de novo os cartões de banco. Só não o deixo manusear cédulas por uma questão de pura e simples higiene. Ah, como ele adora o Bob Esponja e odeia aquele mentecapto vagal do Lulla Molusco! E ele nem sabe quem é o presidente da Republica Federativa do Brasil! Mas, convenhamos, filho de peixe peixinho é. O meu herói em quadrinhos sempre foi, e será, Tio Patinhas. Quando criança, ficava puto, angustiado mesmo, quando o nosso pato capitalista perdia um centavo que fosse. E aquele maldito Donald, cuja carne não serve nem para hamburger? Só queria mesmo era dissipar a fortuna, duramente acumulada, do economicamente virtuoso tio. Enfim, depois de "Para Ler o Pato Donald”, de Ariel Dorfman e Armand Mattelart, a biblioteca do perfeito idiota latino americano foi enriquecida (ops!) com o livro que mudou a minha vida para melhor:
O Merchandising Capitalista no Desenho Bob Esponja Wilker de Jesus Lira RESUMO O Desenho animado Bob Esponja apresenta um merchandising do modo de produção capitalista, ou seja, reproduz, na sociedade moderna, o desejo da classe burguesa e tenta doutrinar tanto os filhos dos burgueses quanto os dos trabalhadores à ideologia desse sistema. Para propagandear sua ideologia, a classe dominante utiliza-se de instrumentos como a TV. Em um desenho animado, por exemplo, usa de animais e do fascínio natural que exercem sobre as crianças como maneira de influenciá-las e doutriná-las. Mas esses animais, na verdade, são seres humanos disfarçados para enganá-las, influenciá-las a aceitarem a ideologia capitalista, em que os produtores do desenho injetam valores do capitalismo e reproduzem um mundo onde funcionários trabalham de graça e até pagam para trabalhar. A diferença de classes é apenas um dos elementos do capitalismo presente no desenho. Nele também é exaltada a produção de riquezas e reproduzida a exploração dos trabalhadores e seu reflexo em ganho de mais valia para o patrão. O desenho também mostra como o trabalho é uma mercadoria comprada pelo patrão e como este pode consumi-la da maneira que melhor lhe apraz, fazendo com que seus empregados trabalhem até 24 horas por dia. O amor é confundido com interesses materiais. Não há família e nem parentes. Todos no desenho são amigos e a relação básica é a de produção e troca de valores materiais. Uma relação capitalista com trabalho e salário; com o detalhe de que o trabalho é sempre o máximo e valor do salário nunca é mencionado. Palavras-chave: alienação, Bob Esponja, capitalismo, crianças, ideologia, merchandising, televisão
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POST SCRIPTUM: Daqui pra frente, postarei periodicamente uma cuidadosa exegese, capítulo por capítulo, seção por seção, parágrafo por parágrado, a fim de provar que se podem extrair dessa magnífica obra ensinamentos preciosos de como educar seu filho na nobre arte de ganhar dinheiro apenas assistindo epsódios do desenho animado Bob Esponja.

A identidade nacional

Quem somos nós, brasileiros? Uma raça de animais preguiçosos, mendazes, fanfarrões, desonestos e, acima de tudo, ignaros. Aprendeu, Sérgio Buarque de Holanda? Concordam, leitores? Não? Vou ser mais didático e polido: ser brasileiro é ser um grandissíssimo filho-da-puta!

O tempora, o mores

Olavo de Carvalho perdeu emprego na revista Época, onde possuia uma coluna, por insistir num assunto (doutrinação ideológica nas escolas) que, na edição de 20/10/2007, virou matéria de capa. Pergunto: o que os ideólogos de cátedra e de redação estão fazendo com o nosso (inclusive das crianças) culhão?